[...] Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama,
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...
(Alberto Caeiro in o Guardador de Rebanhos)
Alberto Caeiro da Silva (Lisboa, 16/04/1889 – Junho/1915) foi um personagem ficcional (heterônimo) criado por Fernando Pessoa. Considerado o Mestre Ingênuo dos restantes heterônimos (Álvaro de Campos e Ricardo Reis) e do seu próprio autor, apesar de apenas ter feito a instrução primária.
Foi um poeta ligado à natureza, que despreza e repreende qualquer tipo de pensamento filosófico, afirmando que pensar obstrui a visão ("pensar é estar doente dos olhos").
Proclama-se assim um antimetafísico. Afirma que, ao pensar, entramos num mundo complexo e problemático onde tudo é incerto e obscuro. À superfície é fácil reconhecê-lo pela sua objetividade visual, que faz lembrar Cesário Verde, citado muitas vezes nos poemas de Caeiro por seu interesse pela natureza, pelo verso livre e pela linguagem simples e familiar.
Apresenta-se como um simples "guardador de rebanhos" que só se importa em ver de forma objetiva e natural da realidade. É um poeta de completa simplicidade, e considera que a sensação é a única realidade.
Fontes:
O Guardador de Rebanhos - http://www.insite.com.br/art/pessoa/ficcoes/acaeiro/207.php, escrito em 08/03/1914.
http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=79123
http://www.pessoa.art.br/?p=16
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alberto_Caeiro
http://www.cfh.ufsc.br/~magno/caeiro.htm
http://portodeabrigo.do.sapo.pt/caeiro1.html
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