quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Energia da vida...


"A oração é a energia da vida,
permeando todo o universo e
tornando-se força motriz
para a mudança. "
(Daisaku Ikeda)


*Daisaku Ikeda (nascido em Tóquio, Japão, no dia 02/01/1928) é um filósofo, escritor (autor da obra a Revolução Humana - 12 volumes), fotógrafo, poeta e líder budista japonês.


Fontes:
http://www.daisakuikeda.org/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Daisaku_Ikeda

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O que houve?


Se todo animal inspira ternura,
o que houve, então,
com os homens?
(Guimarães Rosa)


*João Guimarães Rosa, mais conhecido como Guimarães Rosa, nasceu em Cordisburgo (MG), no dia 27/06/1908, faleceu no Rio de Janeiro em 19/11/1967. Foi um dos mais importantes escritores brasileiros de todos os tempos. Foi também médico e diplomata. Autor de Grande Sertão: Veredas, também era conhecido como Feiticeiro das Palavras e Caboclo Universal.


Curiosidade:

Autodidata, começou ainda criança a estudar diversos idiomas, iniciando pelo francês quando ainda não tinha 7 anos, como se pode verificar neste trecho de entrevista concedido a uma prima, anos mais tarde:

"Eu falo: português, alemão, francês, inglês, espanhol, italiano, esperanto, um pouco de russo. Leio: sueco, holandês, latim e grego (mas com o dicionário agarrado); entendo alguns dialetos alemães. Estudei a gramática: do húngaro, do árabe, do sânscrito, do lituano, do polonês, do tupi, do hebraico, do japonês, do checo, do finlandês, do dinamarquês; bisbilhotei um pouco a respeito de outras. Mas tudo mal. E acho que estudar o espírito e o mecanismo de outras línguas ajuda muito na compreensão mais profunda do idioma nacional. Principalmente, porém, estudando-se por divertimento, gosto e distração."


Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guimar%C3%A3es_Rosa
http://www.tvcultura.com.br/aloescola/literatura/guimaraesrosa/
http://www.releituras.com/guimarosa_bio.asp

domingo, 27 de setembro de 2009

A motivação de nossas vidas...


"Acredito que o objetivo da nossa vida seja a busca da felicidade. Isso está claro. Quer se acredite em uma religião ou não, quer se acredite nesta religião ou naquela, todos nós buscamos algo melhor da vida. Portanto, acho que a motivação da nossa vida é a felicidade."

Extraído do livro: A arte da felicidade - um manual para a vida / de sua santidade o Dalai Lama e Howard C. Cutler, São Paulo: Martins Fontes, 2000. Traduzido do original: The Art of happiness por Riverhead Books.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Explicação sobre Roda-Viva de Chico Buarque...




Roda-viva

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mais eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
No volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a roseira pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
A roda da saia, a mulata
Não quer mais rodar, não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou
A gente toma a iniciativa
Viola na rua, a cantar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a viola pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
O samba, a viola, a roseira
Um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a saudade pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração

(Composição: Chico Buarque - 1967 © by Editora Musical Arlequim Ltda)




Roda viva - Peça Teatral:

A peça Roda viva foi escrita por Chico Buarque no final de 1967 e estreou no Rio de Janeiro, no início de 1968, sob a direção de José Celso Martinez Corrêa, com Marieta Severo, Heleno Pests e Antônio Pedro nos papéis principais.

A temporada no Rio foi um sucesso, mas a obra virou um símbolo da resistência contra a ditadura durante a temporada da segunda montagem, com Marília Pêra e Rodrigo Santiago. Um grupo de cerca de 110 pessoas do Comando de Caça aos Comunistas (CCC) invadiu o Teatro Galpão, em São Paulo, em julho daquele ano, espancou artistas e depredou o cenário.

No dia seguinte, Chico Buarque estava na platéia para apoiar o grupo e começava um movimento organizado em defesa de Roda Viva e contra a censura nos palcos brasileiros. Chico disse no documentário Bastidores, que pode ter havido um erro, e que a peça que o comando deveria invadir acontecia em outro espaço do teatro.




Roda Viva - Explicação da Letra da Música, por Priscila Figueiredo

Quem não conhece a canção Roda-viva, de Chico Buarque? Essa letra faz parte da famosíssima peça de mesmo nome, escrita em 1967 e que, um ano depois, sob a direção de José Celso Martinez Corrêa, recebeu montagem à altura, no teatro Oficina. Chico Buarque, que até então era "a única unanimidade brasileira", nas palavras de Millôr Fernandes, chocou parte de seu público com a radicalidade crítica e o tom francamente agressivo da peça.

Mas vamos à letra Roda-viva: ela tem um chão histórico específico, ou seja, os obscuros anos da ditadura. É desse tempo que ela data e é o que esse tempo representou para a experiência brasileira que ela aborda e cifra. Eu falei em "cifra"? Sim, a palavra cifra tem, além da acepção comercial que conhecemos, o sentido de explicação de escrita hermética, enigmática, e, por extensão, passa a significar essa própria escrita. Decifrar é justamente tirar a cifra, tornar o texto claro, interpretá-lo. Como dissemos, a composição de Chico se originou em meio ao turbilhão da instauração da ditadura militar no Brasil. Ditadura que representava, para a cultura, simplesmente o fim da liberdade de expressão. Um meio muito utilizado na época (e, de um modo geral, em períodos não democráticos, no Brasil e em outros países) para driblar a censura foi a metáfora, o despistamento, a linguagem figurada, a cifra. Alguns escritores e jornalistas falavam aparentemente de flores e rouxinóis, quando estavam se referindo à situação político-social brasileira.

O que é roda-viva? Roda-viva é, conforme os dicionários, movimento incessante, corrupio, cortado; é ainda confusão, barulho. O texto menciona ações frustradas pela roda-viva.

Na letra a roda-viva está associada à morte, ao contrário do que indica a palavra. A roda ceifa, arranca aquilo que ainda está em desenvolvimento: a gente estancou de repente. A gente parou (de crescer) de repente. Note-se como é expressivo o uso de estancar, que nos faz lembrar imediatamente de sangue. Somos abortados na capacidade de decidir o próprio destino, de adquirir autonomia como um rio é barrado, como um fluxo de sangue é estagnado. Essa espécie de vendaval arrebata a voz, o destino das pessoas e a capacidade de exprimir artisticamente seu sofrimento: arrebata-lhes ainda a viola. A roda-viva arrebata da gente a roseira há tanto cultivada e que não teve tempo de exibir tudo o que prometia.

A composição é cortada por dois movimentos: um expressa a ação empenhada, o trabalho sistemático, o desejo de ser o sujeito da própria história. A esse movimento pertence o querer ter voz ativa, o ir contra a corrente (da roda-viva), o cultivo ininterrupto da rosa, o tocar viola na rua e a saudade de tudo isso (na medida em que a saudade pode ajudar a reorganizar o pensamento e a luta). O outro movimento expressa a ação abortiva exercida pela roda-viva. Esse movimento vem expresso numa frase reiterada: "Mas eis que chega a roda-viva e carrega (o que quer que seja) pra lá". A conjunção "mas" sinaliza justamente essa mudança de direção, sinaliza ação adversa. A frase "eis que chega..." vem sempre ligada na letra a um tipo de estribilho, a uma fórmula aparentemente ingênua, que lembra as cantigas de roda: "roda mundo, roda gigante/ roda-moinho, roda pião/ o tempo rodou num instante nas voltas do meu coração".

Essa fórmula, inocente na aparência, dado seu teor caótico e quase surrealista (típico de enigmas, cantigas de ninar etc.) e a referência a brinquedos infantis (roda-gigante, pião), tem o efeito de exprimir um desnorteio, uma situação absurda, fora do esquadro. De fato, não é possível conceber a ditadura como algo natural. Ela não pertence à ordem da razão.

Esses movimentos descritos na letra são, portanto, de trabalho em curso e de sucessiva frustração. Isso descreve muito a experiência brasileira, tanto do ponto de vista social e político como do ponto de vista cultural. Quando estávamos começando a engatinhar na democracia, é instalado o regime totalitário, para o qual não existem indivíduos. Sufoca-se até a saudade (já cativa) de outros tempos.

Mas esse ambiente de tanto mal-estar foi filtrado por Chico Buarque com muita cautela: era preciso despistar a censura, daí a profusão de rodas e de versos encantatórios; era preciso dizer a verdade, daí o tumulto e a sensação de frustração advinda da mesma profusão de rodas, que diríamos serem antes de trator.




Um pouco sobre Chico Buarque:

Francisco Buarque de Hollanda nasce em 19 de junho de 1944, na cidade do Rio de Janeiro. Quando está com dois anos, sua família se transfere para São Paulo. Tanto seu pai, o historiador Sérgio Buarque de Hollanda, como sua mãe, Maria Amélia, gostavam de tocar piano e cantar com os amigos, entre eles Vinícius de Morais. Estuda violão com sua irmã Miúcha e, influenciado por João Gilberto, começa a fazer suas primeiras composições. Cursa até o terceiro ano da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Seu primeiro compacto é lançado em 1965. Participa de alguns festivais de música popular brasileira e, em 1966, no II FMPB da TV Record, quando "A banda", música de sua autoria, divide o primeiro lugar com "Disparada". Escreve peças, compõe para cinema e teatro e lança vários álbuns, entre os quais: Construção (1971), Sinal Fechado (1974), Almanaque (1981) e Paratodos (1993). Chico publicou Fazenda Modelo (1974), Chapeuzinho amarelo, livro-poema para crianças (1979), A bordo do Rui Barbosa (publicado em 1981), Estorvo (1991) e, em 1994, Benjamin, ambos pela Companhia das Letras.



Fontes:
http://www.chicobuarque.com.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Chico_Buarque
http://www.tvcultura.com.br/aloescola/literatura/poesias/index.htm - (Ponto com Poesia - Projeto Alô Escola*)

*As análises de poemas e canções foram desenvolvidas especialmente para o "Ponto com Poesia", do Alô Escola, pela professora Priscila Figueiredo, formada em Letras pela USP, onde faz pós-graduação em Literatura Brasileira. Ela atua também como assessora do professor Pasquale Cipro Neto no programa "Nossa Língua Portuguesa".

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Para hoje, algo bem simples...


"O que temos é passageiro;
o que somos vai conosco para sempre!"

(Desconheço o autor)

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Como será o amanhã? Responda quem puder...



Coincidência
ou não, durante uma reunião entre amigos no último final de semana, estávamos falando sobre o mesmo assunto. Digo coincidência, devido ter recebido “hoje”, um e-mail de uma amiga com o mesmo conteúdo.


A entrevista abaixo, foi publicada na edição da 3ª semana de Dezembro/2005, da Revista ISTOÉ.
Mesmo após quase quatro anos de sua publicação, o mais curioso é que o cenário ainda se faz presente.

Se analisarmos o cotidiano do mundo corporativo, acredito que houve uma piora significativa. Para chegarmos em um diagnóstico comum, basta analisarmos os fatos do nosso cotidiano – “a desvalorização e a intensificação de sentimentos de incompetência, fracasso e baixa autoestima de milhares de pessoas”.


A sequência torna o processo ainda mais assustador – “pessoas infelizes ou frustradas, por passarem a maior parte do seu tempo em ambientes hostilizados, demagogos e hipócritas.” Enfim, vale ler a reportagem até o final!

Silvia
Elena



CUIDADO COM OS BURROS MOTIVADOS
(Entrevista com Roberto Shinyashiki)


A Revista ISTOÉ, publicou esta entrevista de Camilo Vannuchi.

O entrevistado é Roberto Shinyashiki, médico psiquiatra, com Pós-Graduação em administração de empresas pela USP, consultor organizacional e conferencista de renome nacional e internacional.

Em 'Heróis de Verdade', o escritor combate a supervalorização das aparências, diz que falta ao Brasil competência, e não autoestima.



ISTOÉ - Quem são os heróis de verdade?

Roberto Shinyashiki - Nossa sociedade ensina que, para ser uma pessoa de sucesso, você precisa ser diretor de uma multinacional, ter carro importado, viajar de primeira classe. O mundo define que poucas pessoas deram certo.

Isso é uma loucura. Para cada diretor de empresa, há milhares de funcionários que não chegaram a ser gerentes. E essas pessoas são tratadas como uma multidão de fracassados. Quando olha para a própria vida, a maioria se convence de que não valeu a pena, porque não conseguiu ter o carro, nem a casa maravilhosa.

Para mim, é importante que o filho da moça que trabalha na minha casa, possa se orgulhar da mãe. O mundo precisa de pessoas mais simples e transparentes.

Heróis de verdade são aqueles que trabalham para realizar seus projetos de vida, e não para impressionar os outros. São pessoas que sabem pedir desculpas e admitiram que erraram.


ISTOÉ - O senhor citaria exemplos?

Shinyashiki - Quando eu nasci, minha mãe era empregada doméstica e meu pai, órfão aos sete anos, empregado em uma farmácia.

Morávamos em um bairro miserável em São Vicente (SP), chamado Vila Margarida. Eles são meus heróis. Conseguiram criar seus quatro filhos, que hoje estão bem.

Acho lindo quando o Cafu põe uma camisa em que está escrito '100% Jardim Irene'. É pena que a maior parte das pessoas esconda suas raízes.

O resultado é um mundo vítima da depressão, doença que acomete hoje 10% da população americana. Em países como o Japão, a Suécia e a Noruega, há mais suicídio do que homicídio. Por que tanta gente se mata?

Parte da culpa está na depressão das aparências, que acomete a mulher, que embora não ame mais o marido, mantém o casamento, ou o homem que passa décadas em um emprego, que não o faz se sentir realizado, mas o faz se sentir seguro.


ISTOÉ - Qual o resultado disso?

Shinyashiki - Paranóia e depressão cada vez mais precoce.

O pai quer preparar o filho para o futuro e mete o menino em aulas de inglês, informática e mandarim. Aos nove ou dez anos a depressão aparece. A única coisa que prepara uma criança para o futuro, é ela poder ser criança.

Com a desculpa de prepará-los para o futuro, os malucos dos pais estão roubando a infância dos filhos. Essas crianças serão adultos inseguros e terão discursos hipócritas. Aliás, a hipocrisia já predomina no mundo corporativo.


ISTOÉ - Por quê?

Shinyashiki - O mundo corporativo virou um mundo de faz de conta, a começar pelo processo de recrutamento. É contratado o sujeito com mais marketing pessoal. As corporações valorizam mais a autoestima do que a competência.

Sou presidente da Editora Gente e entrevistei uma moça que respondia todas as minhas perguntas com uma ou duas palavras. Disse que ela não parecia demonstrar interesse. Ela me respondeu estar muito interessada, mas como falava pouco, pediu que eu pesasse o desempenho dela, e não a conversa. Até porque, ela era candidata a um emprego na contabilidade, e não de relações públicas.

Contratei-a na hora. Num processo clássico de seleção, ela não passaria da primeira etapa.


ISTOÉ - Há um script estabelecido?

Shinyashiki - Sim. Quer ver uma pergunta estúpida feita por um presidente de multinacional no programa 'O Aprendiz'?

- Qual é seu defeito?

Todos respondem que o defeito é não pensar na vida pessoal:

- Eu mergulho de cabeça na empresa. Preciso aprender a relaxar.

É exatamente o que o Chefe quer escutar. Por que você acha que nunca alguém respondeu ser desorganizado ou esquecido? É contratado quem é bom em conversar, em fingir. Da mesma forma, na maioria das vezes, são promovidos aqueles que fazem o jogo do poder.

O vice-presidente de uma das maiores empresas do planeta me disse:

- 'Sabe, Roberto, ninguém chega à vice-presidência sem mentir'.

Isso significa que quem fala a verdade não chega a diretor!


ISTOÉ - Temos um modelo de gestão que premia pessoas mal preparadas?

Shinyashiki - Ele cria pessoas arrogantes, que não têm a humildade de se preparar, que não têm capacidade de ler um livro até o fim e não se preocupam com o conhecimento.

Muitas equipes precisam de motivação, mas o maior problema no Brasil é competência. Cuidado com os burros motivados. Há muita gente motivada fazendo besteira. Não adianta você assumir uma função, para a qual não está preparado.

Fui cirurgião e me orgulho de nunca um paciente ter morrido na minha mão. Mas tenho a humildade de reconhecer que isso nunca aconteceu graças aos meus chefes, que foram sábios em não me dar um caso, para o qual eu não estava preparado.

Hoje, o garoto sai da faculdade achando que sabe fazer uma neurocirurgia. O Brasil se tornou incompetente e não acordou para isso.


ISTOÉ - Está sobrando autoestima?

Shinyashiki - Falta às pessoas a verdadeira autoestima. Se eu preciso que os outros digam que sou o melhor, minha autoestima está baixa.

Antes, o ter conseguia substituir o ser. O cara mal-educado dava uma gorjeta alta para conquistar o respeito do garçom. Hoje, como as pessoas não conseguem nem ser, nem ter, o objetivo de vida se tornou parecer.

As pessoas parecem que sabem, parece que fazem, parece que acreditam. E poucos são humildes para confessar que não sabem.

Há muitas mulheres solitárias no Brasil, que preferem dizer que é melhor assim. Embora a autoestima esteja baixa, fazem pose de que está tudo bem.


ISTOÉ - Por que nos deixamos levar por essa necessidade de sermos perfeitos em tudo e de valorizar a aparência?

Shinyashiki - Isso vem do vazio que sentimos. A gente continua valorizando os heróis.

Quem vai salvar o Brasil? O Lula.

Quem vai salvar o time? O técnico.

Quem vai salvar meu casamento? O terapeuta.

O problema é que eles não vão salvar nada!

Tive um professor de filosofia que dizia:

- 'Quando você quiser entender a essência do ser humano, imagine a rainha Elizabeth com uma crise de diarréia durante um jantar no Palácio de Buckingham'. Pode parecer incrível, mas a rainha Elizabeth também tem diarréia.

Ela certamente já teve dor de dente, já chorou de tristeza, já fez coisas que não deram certo.

A gente tem de parar de procurar super-heróis, porque se o super-herói não segura a onda, todo mundo o considera um fracassado.


ISTOÉ - O conceito muda quando a expectativa não se comprova?

Shinyashiki - Exatamente. A gente não é super-herói nem super fracassado. A gente acerta, erra, tem dias de alegria e dias de tristeza. Não há nada de errado nisso.

Hoje, as pessoas estão questionando o Lula, em parte porque acreditavam que ele fosse mudar suas vidas e se decepcionaram. A crise será positiva se elas entenderem que a responsabilidade pela própria vida é delas.


ISTOÉ - Muitas pessoas acham que é fácil para o Roberto Shinyashiki dizer essas coisas, já que ele é bem-sucedido. O senhor tem defeitos?

Shinyashiki -Tenho minhas angústias e inseguranças. Mas aceitá-las faz minha vida fluir facilmente. Há várias coisas que eu queria e não consegui. Jogar na Seleção Brasileira, tocar nos Beatles (risos).

Meu filho mais velho nasceu com uma doença cerebral e hoje tem 25 anos. Com uma criança especial, eu aprendi que, ou eu a amo do jeito que ela é, ou vou massacrá-la o resto da vida para ser o filho que eu gostaria que fosse.

Quando olho para trás, vejo que 60% das coisas que fiz deram certo. O resto foram apostas e erros. Dia desses apostei na edição de um livro, que não deu certo.

Um amigão me perguntou:

- 'Quem decidiu publicar esse livro?'

Eu respondi que tinha sido eu. O erro foi meu. Não preciso mentir.


ISTOÉ - Como as pessoas podem se livrar dessa tirania da aparência?

Shinyashiki - O primeiro passo é pensar nas coisas que fazem as pessoas cederem a essa tirania e tentar evitá-las.

São três fraquezas: A primeira é precisar de aplauso, a segunda é precisar se sentir amada e a terceira é buscar segurança.

Os Beatles foram recusados por gravadoras e nem por isso desistiram.

Hoje, o erro das escolas de música é definir o estilo do aluno. Elas ensinam a tocar como o Steve Vai, o B. B. King ou o Keith Richards. Os MBAs têm o mesmo problema: ensinam os alunos a serem covers do Bill Gates. O que as escolas deveriam fazer é ajudar o aluno a desenvolver suas próprias potencialidades.


ISTOÉ - Muitas pessoas têm buscado sonhos que não são seus?

Shinyashiki - A sociedade quer definir o que é certo. São quatro loucuras da sociedade...

A primeira é: instituir que todos têm de ter sucesso, como se eles não tivessem significados individuais.

A segunda loucura é: Você tem de estar feliz todos os dias.

A terceira é: Você tem que comprar tudo o que puder. O resultado é esse consumismo absurdo.

Por fim, a quarta loucura: Você tem de fazer as coisas do jeito certo.

Jeito certo não existe. Não há um caminho único para se fazer as coisas. As metas são interessantes para o sucesso, mas não para a felicidade. Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito.

Tem gente que diz que não será feliz, enquanto não casar, enquanto outros se dizem infelizes justamente por causa do casamento. Você pode ser feliz tomando sorvete, ficando em casa com a família ou com amigos verdadeiros, levando os filhos para brincar ou indo à praia ou ao cinema.

Quando era recém-formado em São Paulo, trabalhei em um hospital de pacientes terminais. Todos os dias morriam nove ou dez pacientes. Eu sempre procurei conversar com eles na hora da morte.

A maior parte pega o médico pela camisa e diz: 'Doutor, não me deixe morrer. Eu me sacrifiquei à vida inteira, agora eu quero aproveitá-la e ser feliz'.

Eu sentia uma dor enorme por não poder fazer nada. Ali eu aprendi que a felicidade é feita de coisas pequenas. Ninguém na hora da morte diz se arrepender por não ter aplicado o dinheiro em imóveis ou ações, mas sim de ter esperado muito tempo ou perdido várias oportunidades para aproveitar a vida.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Dia da Árvore...



e início da Primavera no Brasil...

Por Silvia Elena

Segundo IBGE Teen, os responsáveis pela primeira comemoração da "Festa das Árvores" foram João Pedro Cardoso e Alberto Leofgren. O evento aconteceu na cidade de Araras (SP), no dia 07/06/1902. Na época, contaram com o apoio das Leis municipais (n° 18 e 19 sancionadas em Fevereiro do mesmo ano). O objetivo era incentivar a plantação e a conservação do meio ambiente (Pois é, não se trata de uma preocupação atual. Há 107 anos, a preocupação com a conservação do meio ambiente já se fazia presente).

Até 1965, o Brasil sempre comemorou nacionalmente o dia da árvore em 21 de Setembro, devido marcar o início da Primavera.

A partir de 24/02/1965, o Presidente da época (Castelo Branco), sancionou o Decreto-Lei 55.795, que separou as comemorações em função das diferenças climáticas brasileiras (início das chuvas e propício ao plantio de sementes).

Portanto, a partir do decreto, o evento passou a ser comemorado tanto na última semana do mês de Março (regiões Norte e Nordeste), quanto na semana iniciada em 21 de Setembro (regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul).

Até hoje, o Dia da Árvore é conhecido nacionalmente como 21 de Setembro, contrariando o decreto de 1965. Há quem diga que é devido ao fato dos livros didáticos e da mídia insistirem na informação de que o dia o 21 de Setembro é o Dia da Árvore.


Fontes:
http://www.ibge.gov.br/ibgeteen
http://www.brasilescola.com/

domingo, 20 de setembro de 2009

A idade...


"A idade não nos torna adultos.
Não! Faz de nós verdadeiras crianças."
(Goethe)


*Johann Wolfgang Von "Goethe", foi um importante romancista, dramaturgo e filósofo alemão. Nasceu na cidade de Frankfurt am Mainem (28/08/1749) e morreu em Weimar (22/03/1832).

Formado em Direito, atuou muito pouco tempo como advogado. Como sua paixão era a literatura, resolveu dedicar-se. Fez parte de dois movimentos literários importantes: o romantismo e o expressionismo. Apresentou também, um grande interesse pela pintura e desenho.


Fontes:

http://www.suapesquisa.com/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Johann_Wolfgang_von_Goethe
http://www.starnews2001.com.br/literatura.html

sábado, 19 de setembro de 2009

Somos...


"...Somos um exército, o exército de um homem só
No difícil exercício de viver em paz
Somos um exército, o exército de um homem só
Sem bandeira
Sem fronteiras
Pra defender
Pra defender..."

(O Exército de um Homem Só*
Composição: Humberto Gessinger / Augusto Licks)



*Esta música faz parte do álbum: Filmes de Guerra, Canções de Amor.

Filmes de Guerra, Canções de Amor (lançado em 1993), é o oitavo disco dos Engenheiros (recebeu este nome fazendo referência a uma canção do disco A Revolta dos Dândis). Gravado ao vivo na Sala Cecília Meireles (Rio de Janeiro), o disco foi considerado na época pela banda um disco semiacústico. Além dos arranjos de Wagner Tiso (guitarras, percussão e piano), as músicas também tiveram acompanhamento da Orquestra Sinfônica Brasileira.

Na época não existia a febre de acústicos gravados pelos grandes nomes nacionais, o que denota o caráter visionário da banda. O disco foi gravado ao vivo por uma decisão da banda de gravar um álbum ao vivo a cada três álbuns (baseada em uma ideia da banda Rush, que fazia o mesmo).


Fontes:

http://blogluso-carioca.blogspot.com/2008/07/bandas-brasileiras-engenheiros-do.html
http://www2.uol.com.br/engenheirosdohawaii/index2.htm

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Sinto que eu...


"Tenho pensamentos que,
se pudesse revelá-los e fazê-los viver,
acrescentariam nova luminosidade às estrelas,
nova beleza ao mundo e
maior amor ao coração dos homens."
(Fernando Pessoa)


*Fernando António Nogueira Pessoa, nasceu e morreu em Lisboa (13/06/1888 — 30/11/1935), foi um poeta e escritor português. É considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, e o seu valor é comparado ao de Camões.

Além de poeta, Fernando Pessoa era tradutor (correspondente estrangeiro) e astrólogo. Há quem diga que era melhor astrólogo que poeta.


Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Pessoa

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A dança e o corpo...


"Dançar é sentir, sentir é sofrer, sofrer é amar...
Tu amas, sofres e sentes.
Dança!”
(Isadora Duncan¹)




"O corpo diz o que as palavras não podem dizer."
(Martha Graham²)


¹ - Isadora Duncan, nome artístico de Angela Isadora Duncan (27/05/1877 – 14/09/1927), foi uma bailarina norte-americana, nascida em São Francisco. Considerada a pioneira da dança moderna. Isadora, causou polêmica ao ignorar todas as técnicas do balé clássico.

² - Martha Graham (11/05/1894 – 01/04/1991), foi uma dançarina e coreógrafa estadunidense. Nasceu em Allegheny County, Pensilvânia. Foi uma das principais representantes da dança contemporânea nos EUA. Sendo conhecida mais tarde como a mãe da dança moderna. Tinha como objetivo desvendar a alma humana.


Fontes:
http://www.isadoraduncan.org/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Isadora_Duncan
http://www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=152
http://marthagraham.org/center/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Centro_de_Dan%C3%A7a_Contempor%C3%A2nea_Martha_Graham
http://pt.wikipedia.org/wiki/Martha_Graham

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O Clube do Imperador...


"A juventude envelhece,
a maturidade é superada,
a ignorância pode ser educada,
a embriaguez passa,
porém a estupidez é eterna."
(O Clube do Imperador)



*O Clube do Imperador (The Emperor's Club), é um filme/drama, lançado no ano de 2002, que conta a história de um professor apaixonado por seu trabalho, que através do estudo de filósofos gregos e romanos quer ensinar para os seus alunos que "o caráter de um homem é o seu destino" e se esforça para impressioná-los sobre a importância de uma atitude correta. O fato é que ele tem sua vida modificada após conhecer um novo aluno, com quem inicialmente trava uma guerra de egos e que posteriormente desenvolve uma grande amizade.


Trecho de um comentário sobre o filme baseado na importância da didática na educação
Por Iracema Silva (webartigos.com) - publicado 05/06/2009.

"...O filme vem nos afirmar sobre a importância da didática na educação. Ela é um instrumento que faz com que busquemos soluções para resolver os problemas em nossas salas de aulas. Assim, vem nos despertar para uma real importância de uma educação verdadeira.

Podemos comparar essa escola com a tendência liberal tradicional, pois ela está baseada na mesmice com atividades repetitivas como forma de avaliação com perguntas e respostas e avaliações escritas. Dentre elas, para participar do campeonato os alunos eram obrigados a passar por uma avaliação e só três dos alunos eram classificados injustamente, desclassificar um aluno para classificar Sedgewick. Ele decepciona seu aluno, mas também é decepcionado por Sedgewick.

Acredito que precisamos tomar medidas práticas para assumir nossas responsabilidades para com todos os nossos alunos, não só agora, mas futuramente. É necessário fazer um trabalho diferente em sala de aula, pois todos têm tempos diferentes para aprender.

Não basta haver oportunidade de ingressar alunos nas escolas, é preciso oferecer oportunidade de aprendizagem, pois, a qualidade de ensino é fato determinante para o desempenho dos alunos.

Educar é ampliar horizontes, redefinir metas, aguçar a sensibilidade, e não simplesmente disponibilizar um diploma. Educação nada serve se não puder ser revestida em crescimento e desenvolvimento. Se não resultar em mudança.

Devemos refletir em busca da transformação, nas práticas pedagógicas, principalmente dos trabalhos em grupo, pois a troca de conhecimento é essencial para o crescimento de todo ser humano."


O filme também nos mostra que, o caráter e a personalidade de uma pessoa não são moldados apenas na escola, são moldados desde o nosso berço. E que, as heranças familiares podem interferir "muito" no futuro de uma pessoa.

Por melhor que seja o professor ou a escola, o que de fato fica, são os exemplos (sejam eles bons ou ruins) e o amor que recebemos de nossos pais e/ou familiares.

Silvia Elena


Fontes:
http://www.theemperorsclub.com - (site oficial)
http://www.webartigos.com/articles/19271/1/filme-o-clube-do-imperador/pagina1.html
http://www.adorocinema.com/filmes/emperors-club/

domingo, 13 de setembro de 2009

A borboleta que surpreendentemente pousou no meu ombro...



Por Silvia Elena

Particularmente, sempre tive uma profunda admiração por borboletas. Elas me fascinam!!! Além disso, sempre que algo diferente ou importante acontece em minha vida, aparece uma.

O mais engraçado é que elas sempre surgem do nada (dentro da minha casa, no trabalho, no estacionamento, na rua...). Há alguns dias, fui pegar minha bicicleta para sair, e lá estava mais uma borboleta (estava quietinha no pneu traseiro).

Será que é apenas coincidência? Ou seria realmente algum sinal do Universo? Não sei!

Mas o que aconteceu hoje, foi simplesmente a melhor de todas... Hoje pela manhã eu recebi uma notícia que me deixou muito feliz. Tamanha foi minha felicidade, que de imediato compartilhei com uma pessoa querida...

Ela então, me disse:
- Tanta felicidade por algo tão pequeno?

E eu respondi:
- Não importa se o fator desencadeante é pequeno, o que importa é a intensidade da felicidade que estou sentindo!

Agora, vem o melhor de tudo. No meio da tarde, precisei sair e ao descer até a minha vaga no estacionamento, eis que surge uma pequena borboleta que simplesmente pousou no meu ombro... Quase que eu mesma não acreditei, no meu ombro!

Para completar, algumas horas após o acontecido, cheguei em casa e fui procurar por alguns materiais que estavam faltando para que eu pudesse completar uma pesquisa. Procura daqui, procura dali e de repente encontro uma pequena anotação que fiz há um bom tempo em uma de minhas agendas. Sem brincadeira, senti um gelo na barriga, já que a frase foi o ponto final para a resposta que havia sido iniciada pela manhã.

A frase diz o seguinte: "A borboleta que surpreendentemente pousou no meu ombro pode ser o melhor ensaio para a maior alegria que a vida é capaz de proporcionar. Quem não se alegra com pequenas coisas dificilmente sorrirá quando as grandes acontecerem."

Não me lembro de onde tirei a frase, só sei que estava ali. Então, não consigo acreditar ser apenas uma coincidência. Acredito ser a minha fé em Deus que mais uma vez traz a resposta que necessito.

"As pessoas podem fazer seus planos, porém é o Senhor Deus quem dá a última palavra." - Provérbios 16:1

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

11 de setembro - O dia em que a terra parou...



Por Silvia Elena

"11 de setembro de 2001 - o dia em que a terra parou..."

Há oito anos, acontecia uma das mais cruéis ações provocadas por terroristas de toda a nossa história.

Uma série de ataques suicidas, coordenados pela rede terrorista Al-Qaeda contra alvos civis nos Estados Unidos da América, decretava o caos - uma desordem generalizada de sofrimento, revolta, incompreensão e indignidade.

Quem não se lembra, não é mesmo?

Naquela manhã, 04 aviões comerciais haviam sido sequestrados, sendo que 02 deles colidiram contra as torres do World Trade Center em Manhattan, Nova York.

O terceiro, os sequestradores direcionaram para o Pentágono, no Condado de Arlington, Virgínia.

O quarto avião, seus destroços foram encontrados espalhados num campo próximo de Shanksville, Pensilvânia. O governo norte-americano apresentou uma versão (oficial) de que, o avião caiu durante o ataque devido os passageiros terem enfrentado os supostos sequestradores.

Além dos 110 andares das Torres Gêmeas do World Trade Center, outras cinco construções nas proximidades das Torres e mais quatro estações subterrâneas de metrô foram destruídas ou muito danificadas. No total, foram 25 prédios danificados em Manhattan.

Em Arlington, uma parte do Pentágono foi seriamente danificada pelo fogo e outra parte acabou desmoronando.

O pior de toda a tragédia foram as perdas humanas. Os atentados causaram a morte de 3234 pessoas e o desaparecimento de 24. Sendo:
- 265 nos aviões
- 2752 pessoas: incluindo 242 bombeiros, no World Trade Center e 125 no Pentágono.




(World Trade Center após o ataque de 2001)



NOTÍCIA:

NASA libera fotos de 11 de setembro
Por Paula Rothman, de INFO Online
Sexta-feira, 11 de setembro de 2009 às 13h40

SÃO PAULO – NASA divulga imagem do ataque de 11 de setembro de 2001 visto do espaço.

Exatamente oito anos após o atentado terrorista que destruiu um dos maiores símbolos da cidade de Nova York, a Agência Espacial Americana publicou em seu site uma foto tirada na data do atentado: 11/09/2001.



(Ataque às Torres Gêmeas visto do espaço)


Visível do espaço, a fumaça do impacto dos dois aviões nas torres do World Trade Center se espalha sobre Manhattan. A foto foi tirada da Estação Espacial Internacional, que está a cerca de 400 quilômetros da Terra.

Para ver a imagem em alta resolução, acesse a página da NASA (vide link abaixo).


Fontes:

http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/ataque-do-11de-setembro-visto-do-espaco-11092009-31.shl
http://www.nasa.gov/images/content/385676main_iss003e5387_full.jpg
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ataques_de_11_de_setembro_de_2001
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1300657-5602,00-NOVA+YORK+FICA+EM+SILENCIO+PELAS+VITIMAS+NO+ANO+DO+DE+SETEMBRO.html

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Do muito e do pouco...


Do Muito e do Pouco
(Composição: Zé Ramalho / Oswaldo Montenegro)

Se em terra de cego quem tem um olho é rei
Imagine quem tem os dois
Se em terra de cego quem tem um olho é rei
Imagine quem tem os dois

É muito quadro pr'uma parede
É muita tinta pr'um só pincel
É pouca água pra muita sede
Muita cabeça pr'um só chapéu
Muita cachaça pra pouco leite
Muito deleite pra pouca dor
É muito feio pra ser enfeite
Muito defeito pra ser amor
É muita rede pra pouco peixe
Muito veneno pra se matar
Muitos pedidos pra que se deixe
Muitos humanos a proliferar

Se em terra de cego quem tem um olho é rei
Imagine quem tem os dois
Se em terra de cego quem tem um olho é rei
Imagine quem tem os dois



Acho a letra desta música incrivelmente "prudente" com a realidade social em que vivemos hoje.

Já dizia Aristóteles: "O homem prudente não diz tudo quanto pensa, mas pensa tudo quanto diz."

Esta música faz parte do álbum "A Partir de Agora" de Oswaldo Montenegro, lançado em setembro de 2006.

"A Partir de Agora" foi o seu 35° trabalho. Este álbum também traz músicas inéditas autorais, regravações e algumas surpresas, além de contar com a parceria de Zé Ramalho e Alceu Valença.

Para completar, postei também o vídeo, onde Oswaldo Montenegro e Zé Ramalho cantam juntos esta mesma música.

Silvia Elena


segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Sou como...


Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa
ou forte como uma ventania,
Depende de quando
e como você me vê passar.

(Clarice Lispector)

domingo, 6 de setembro de 2009

Cheio de vida...


"Estar cheio de vida é respirar profundamente,
mover-se livremente e sentir com intensidade."
(Alexander Lowen)


*Dr. Alexander Lowen (23/12/1910 - 28/10/2008), foi um estudante de Wilhelm Reich nos anos 1940 e início dos anos 1950 em Nova York, desenvolveu com seu então colega John Pierrakos, a Análise Bioenergética - psicoterapia que compreende a personalidade, a qualidade dos relacionamentos, os processos de pensamento e a sexualidade, em função dos processos energéticos. A abordagem tem como ponto de partida o trabalho corporal, buscando a integração entre corpo, mente e espírito.

Lowen, foi fundador e primeiro diretor executivo do International Institute for Bioenergetic Analysis - (Instituto Internacional de Análise Bioenergética) localizado na cidade de Nova Iorque. Praticou psicoterapia por mais de 60 anos, e escreveu 14 livros de Análise Bioenergética.


Fontes:
http://www.bioenergetica.com.br/html/home.asp
http://pt.wikipedia.org/wiki/An%C3%A1lise_bioenerg%C3%A9tica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alexander_Lowen

sábado, 5 de setembro de 2009

Notícia - Homens de gelo...



Homens de gelo derretem em ato contra aquecimento global (notícia publicada no último dia 03 - 4ª feira)

Cerca de mil esculturas de gelo feitas pela artista plástica brasileira: Nele Azevedo ficaram expostas, ontem, nas escadarias do Concert Hall, em Berlim, na Alemanha. A artista alerta para as graves consequências que o efeito estufa está causando ao planeta Terra.

A manifestação, patrocinada pela ONG Fundo Mundial para a Natureza, a WWF*, visa chamar a atenção do mundo para o derretimento das calotas polares em razão do aquecimento global. Com o ato, a artista quis mostrar que "se algo não for feito estaremos fadados à fúria da natureza".

Os homens em miniatura foram expostos sob o sol, as esculturas derreteram em meia hora simbolizando o efeito que pode causar ao homem.


Outras informações:

- *WWF - World Wide Fund for Nature é uma das mais conhecidas ONGs ambientalistas do planeta, tendo iniciado suas atividades em 1961, por iniciativa de um grupo de cientistas da Suíça preocupados com a devastação da natureza.

- De acordo com um estudo publicado ontem (03/09) pela WWF, quase 25% da população mundial está ameaçada pelas inundações em consequência do degelo do Ártico.

- Atualmente, o Ártico aquece duas vezes mais rápido do que a Terra, o que constitui uma ameaça a todo o planeta.

- 1 metro ou mais pode subir o nível do mar até 2100, segundo estudo da WWF.

- 40% das emissões de CO2 devem ser reduzidos pelos países industrializados até 2020 para evitar o degelo.

- Antártida: Em meados de agosto, o governo brasileiro aprovou uma verba de financiamento para pesquisas científicas na Antártida da ordem de US$ 7,5 milhões, a maior quantia já destinada para a atividade e mais da metade do que o Brasil já aplicou em ciência desde que criou o Programa Antártico Brasileiro, em 1982. Para o Ministério da Ciência e Tecnologia, que liberou os recursos, o objetivo do financiamento é ampliar o conhecimento sobre os fenômenos ambientais na Antártida e suas influências globais, estimulando a cooperação científica com outros países sul-americanos que tenham programas antárticos.


Fontes:
Jornal O Tempo - online: http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdEdicao=1408&IdCanal=7&IdSubCanal=47
Vídeo: http://video.aol.fr/video-search/tag/Reuters

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Hoje eu quero...


Hoje que quero aprender sobre o mundo em que estou,
mas, ainda mais, quero descobrir e aprender
sobre o mundo que eu sou.
Não esquecerei a riqueza da criação de Deus em mim.

(Texto: desconheço o autor)

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Dos milagres...


O milagre não é dar vida ao corpo extinto,
Ou luz ao cego, ou eloquência ao mudo...
Nem mudar água pura em vinho tinto...
Milagre é acreditarem nisso tudo!

(Mário Quintana - Espelho Mágico)

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Explicação de "GIL" para a letra de Superhomem...


Superhomem - a canção
(Música e letra: Gilberto Gil - 1979)

Um dia
Vivi a ilusão de que ser homem bastaria
Que o mundo masculino tudo me daria
Do que eu quisesse ter

Que nada
Minha porção mulher, que até então se resguardara
É a porção melhor que trago em mim agora
É que me faz viver

Quem dera
Pudesse todo homem compreender, oh, mãe, quem dera
Ser o verão o apogeu da primavera
E só por ela ser

Quem sabe
O Superhomem venha nos restituir a glória
Mudando como um deus o curso da história
Por causa da mulher


Explicação sobre a letra
Por Gilberto Gil

"Eu estava de passagem pelo Rio, indo para os Estados Unidos fazer a excursão do lançamento do Nightingale - um disco gravado lá, com produção do Sérgio Mendes, em março e abril de 79, e gravar o disco Realce, ao final da excursão. Na ocasião eu estava morando na Bahia e não tinha casa no Rio, por isso estava hospedado na casa do Caetano. Como eu tinha que viajar logo cedo, na véspera da viagem eu me recolhi num quarto por volta de uma hora da manhã.

"De repente eu ouvi uma zuada: era Caetano chegando da rua, falando muito, entusiasmado. Tinha assistido o filme Superhomem. Falava na sala com as pessoas, entre elas a Dedé [Dedé Veloso, mulher de Caetano na época]; eu fiquei curioso e me juntei ao grupo. Caetano estava empolgado com aquele momento lindo do filme, em que a namorada do Super-homem morre no acidente de trem e ele volta o movimento de rotação da Terra para poder voltar o tempo para salvar a namorada. Com aquela capacidade extraordinária do Caetano de narrar um filme com todos os detalhes, você vê melhor o filme ouvindo a narrativa dele do que vendo o filme... Então eu vi o filme. Conversa vai, conversa vem, fomos dormir.

"Mas eu não dormi. Estava impregnado da imagem do Superhomem fazendo a Terra voltar por causa da mulher. Com essa idéia fixa na cabeça, levantei, acendi a luz, peguei o violão, o caderno, e comecei. Uma hora depois a canção estava lá, completa. No dia seguinte mostrei ao Caetano; ele ficou contente: 'Que linda!' E eu viajei para os Estados Unidos. Fiz a excursão toda e, só quando cheguei a Los Angeles, um mês e tanto depois, para gravar o disco, foi que eu vi o filme. Durante a gravação, uma amiga americana, Olenka Wallac, que morava em Los Angeles na ocasião, me levou para ver.

"A canção foi feita portanto com base na narrativa do Caetano. Como era Superhomem - O Filme, ficou Superhomem - a Canção; não tinha certeza se ia manter esse título ao publicá-la, mas mantive."

Das relações entre o poema e a melodia no processo de composição - "Como Retiros Espirituais, Superhomem - a Canção é uma das poucas que eu fiz assim: música e letra ao mesmo tempo. É uma canção a serviço de uma letra, atrás de um sopro da poesia, mas com os versos também se submetendo a uma necessidade de respiração da canção. Há momentos em que a extensão do verso determina o estender-se da frase musical. Em outros, para se dar determinadas pausas e realizar o conceito de simetria e elegância, a extensão da frase poética se adequa à do fraseado melódico.

"Assim, depois de 'Um dia', há o corte e, lá adiante, 'Que nada', depois 'Quem dera' e depois 'Quem sabe' já surgem condicionados pelo 'Um dia' do início. A frase musical de 'Um dia' condicionou a extensão, o corte e a escolha dessas interjeições - 'Que nada', 'Quem dera' e 'Quem sabe'. (Mesmo no primeiro caso - 'Um dia' -, também se reinvindica ali um sentido de interjeição; embora na construção da frase, do ponto de vista gramatical, possa não ser considerado assim, do ponto de vista do canto, é.)"

Questões de métrica e simetria; e de mnemônica* - "A música tem uma cadência descansada, escorrida, e umas quebras interessantes. A melodia muda, a métrica é regular (as notas se alteram, mas os tempos são iguais). Você tem quatro estrofes com versos de 2, 14, 12 e 6 sílabas cada - assimétricas na distribuição interna, mas simétricas nas configurações finais. [A estrofe de abertura é ligeiramente diferente: o terceiro verso também apresenta 14 sílabas poéticas].

"Depois de fazer a primeira estrofe, eu decidi que aquilo seria um módulo que eu iria manter. Isso facilitou para que eu a fizesse rápido; nascida aquela célula, ela se reproduziu em mais três iguais. Dobrei o caderno, deixei o violão e fui dormir. Quando acordei pela manhã, a primeira coisa que fiz foi tocar, cantar e ver que a canção estava fixada. Se eu estivesse com um gravador, eu a teria gravado antes de dormir, para me assegurar (eu faço isso sempre hoje em dia, porque tenho cada vez menos memória). Como eu não estava, é provável que eu tenha usado algum recurso mnemônico*, como fixar o número de notas ou sílabas das primeiras frases, ou então as cifras."

Sobre a "porção mulher" - "Muita gente confundia essa música como apologia ao homossexualismo, e ela é o contrário. O que ela tem, de certa forma, é sem dúvida uma insinuação de androginia, um tema que me interessava muito na ocasião - me interessava revelar esse embricamento entre homem e mulher, o feminino como complementação do masculino e vice-versa, masculino e feminino como duas qualidades essenciais ao ser humano. Eu tinha feito Pai e Mãe antes, já abordara a questão, mais explicitamente da posição de ver o filho como o resultado do pai e da mãe. Em Superhomem - a Canção, a idéia central é de que pai é mãe, ou seja, todo homem é mulher (e toda mulher é homem)."


Outras explicações:

*Recurso mnemónico ou mnemônico (grafia usada no Brasil):
Uma mnemônica é um auxiliar de memória. São, tipicamente, verbais, e utilizados para memorizar listas ou fórmulas, e baseiam-se em formas simples de memorizar maiores construções, baseados no princípio de que a mente humana tem mais facilidade de memorizar dados quando estes são associados a informação pessoal, espacial ou de caracter relativamente importante, do que dados organizados de forma não sugestiva (para o indivíduo) ou sem significado aparente. Porém, estas sequências têm que fazer algum sentido, ou serão igualmente difíceis de memorizar.

A palavra mnemónica partilha a etimologia de "Mnemosine ou Mnemósine, Deusa Grega" - é a Personificação da Memória: filha de Urano (o Céu) e de Gaia (a Terra), é uma das seis Titanides. Durante nove noites seguidas Zeus a possuiu na Pieria e dessa união nasceram as nove Musas. Era aquela que preserva do esquecimento. Seria a divindade da enumeração vivificadora frente aos perigos da infinitude, frente aos perigos do esquecimento que na cosmogonia grega aparece como um rio, o Lethe, um rio a cruzar a morada dos mortos (o de "letal" esquecimento), o Tártaro, e de onde "as almas bebiam sua água quando estavam prestes a reencarnarem-se, e por isso esqueciam sua existência anterior".

Fontes:
http://www.gilbertogil.com.br/sec_discografia_letra.php?id=157
http://neurociencia.tripod.com/mnemosine.htm
http://www2.dbd.puc-rio.br/pergamum/tesesabertas/0510333_07_cap_04.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mnem%C3%B3nica