sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Recruta Zero...





Recruta Zero (nome original Beetle Bailey) é uma personagem de quadrinhos e desenho animado criado por Mort Walker (Addison Morton Walker, nascido em 03/09/1923, em El Dorado, Kansas, ainda é um dos mais populares cartunistas em atividade).

Zero é um recruta do exército americano, lotado no quartel Camp Swampy. Sempre cultivando sua preguiça e bom-humor, Zero é implacavelmente perseguido pelo adiposo e volátil Sargento Tainha, que não admite nenhuma insubordinação. Ainda assim, Beetle Bailey sempre dá um jeito de escapar da labuta.

Seu lema de vida é: Never let to tomorrow what you can do the day after tomorrow (Nunca deixe para amanhã o que você pode fazer depois de amanhã). Outro de seus famosos aforismos é: It´s funny how time flies when we are goofing off (É engraçado como o tempo voa quando a gente está de folga).

Embora tenha se consagrado como soldado, Recruta Zero nasceu como um estudante universitário (aluno da Universidade Rockview), que já aparecia em seus primórdios com os olhos cobertos por um chapéu; hoje, seus olhos são em geral tapados por um boné ou por um capacete, deixando-o com uma aparência inconfundível. A tira nunca teve sucesso – até que seu criador teve a ideia de alistá-lo no Exército norte-americano, em 1951. Mort Walker queria aproveitar a onda de nacionalismo gerada pela Guerra da Coréia, no que obteve sucesso estrondoso: cerca de 100 jornais americanos compraram os direitos de divulgação do Recruta Zero, muitos deles exibem religiosamente as tiras até hoje.

O Zero é um dos divertimentos favoritos dos militares norte-americanos, por sua irreverência em relação ao sistema militar e por exaltar a esperteza de um soldado raso face a seus superiores. Talvez por isso a tira tenha sofrido alguns maus bocados: durante as guerras da Coréia e do Vietnã, algumas publicações americanas – entre elas a Stars and Stripes, a revista oficial das Forças Armadas norte-americanas – insistiram na proibição da publicação das tiras do Zero, por considerá-lo uma afronta à ordem militar.

De acordo com o próprio autor, episódios como este lhe renderam inúmeras outras piadas, nas quais a burocracia e a estreiteza mental dos homens de quepe são ridicularizadas. De qualquer forma, a fim de eliminar novos contratempos, Walker evita a associação dos quadrinhos com fatos reais, mantendo o desenrolar das histórias restrito ao Quartel Swampy. Desde 2002, seu filho Gregory tem ajudado na confecção de algumas tiras.

No Brasil, a tirinha é editada em vários jornais. Dentre eles: O Estado de S. Paulo (que edita a tirinha desde 1991), O Globo (que edita a tirinha faz muito tempo), Zero Hora, A Tarde, O Estado de Minas, A Gazeta (Vitória - ES), Diário de Pernambuco, Jornal de Brasília e Diário do Nordeste. Também é editada em livros de bolso pela Editora L&PM, de Porto Alegre.

A revista do Recruta Zero foi publicada durante os anos 60, 70 e 80 pela Rio Gráfica Editora, que adquiriu e tomou o nome da Editora Globo. Também foi publicada pela Editora Saber, sob o título "Zé, o Soldado Raso", entre 1970 e 1973.



Na revista houve muitas adaptações para o público brasileiro, feitas por artistas brasileiros, como os jornais "Folha Oficial" e "Jornal do Batalhão", o primeiro, órgão oficial do quartel e o segundo um jornal feito pelos soldados com o slogan "a verdade, doa a quem doer", sempre com muita ironia sobre os acontecimentos do quartel. Foi relançado pela editora Saber, em edições com formato diferente da publicações da Globo e depois pela Opera Gráfica.

O desenho animado de Recruta Zero foi exibido no Brasil inicialmente pela emissora SBT durante os anos 80 e posteriormente pela TV Record e no Boomerang canal fechado em especial no ano de 2004, e no começo de 2007. Zero teve sua voz dublada no Brasil primeiramente por Mário Jorge Andrade (veterano dublador brasileiro).

De alguma forma, todos os eles foram inspirados em experiências pessoais do autor, mas alguns originaram-se de sugestões de leitores. Outros personagens, no entanto, acabaram não emplacando e foram retirados de circulação, como Foguinho, Sebinho e Cantina. Abaixo, seguem os personagens que acompanham Zero desde que este entrou para o Exército norte-americano:

- Zero ("Beetle Bailey"): preguiçoso, indolente, está sempre armando formas de fugir do trabalho. Está sempre com boné ou capacete cobrindo os olhos.
- Sargento Tainha (Sgt. Orville Snorkel): um brutamontes sem jeito com as mulheres, guloso e solitário e que sempre age de forma hostil com seus soldados.
- Oto (Otto): trata-se do cachorro do Sargento Tainha (Sgt. Orville Snorkel). Originalmente, Mort Walker retratou o cãozinho como um cachorro comum, para depois desenhá-lo com o mesmo uniforme de seu dono, além de ter a mesma cara.
- Platão (Plato): é o intelectual da trupe. Sempre fazendo citações de livros e falando como se estivesse apresentando uma tese de doutorado, é um dos amigos do Zero.
- Dentinho (Zero): o oposto do Platão. Dentinho é um personagem, digamos, limitado intelectualmente, e seu nome é uma ironia a dois de seus dentes crescidos.
- Cosme (Cosmo): é o viciado em jogatina. Nunca perdeu uma partida sequer de pôquer para o Zero; Faz um comércio informal em seu "cantinho do Cosme", onde vende de tudo; este personagem foi quase esquecido nos anos 80.
- Roque (Rocky): é o revoltado. Vai contra as instituições, é escritor e administra o jornal clandestino do quartel, se mobiliza por qualquer causa atual.
- Quindim (Killer): faz as vezes de mulherengo e galanteador dentro do quartel Swampy. Nem sempre tem sucesso (em geral, uma em cada cinquenta de suas cantadas dá certo), é o principal amigo de Zero.
- Cuca (Cookie): é o cozinheiro do quartel Swampy, reputado por sua incrível capacidade de tirar o apetite de todos com suas "iguarias". Inicialmente retratado com um quepe de caserna, ganhou um chapéu de mestre cuca, para facilitar a identificação. Sempre trabalha fumando (em 1989, o personagem aboliu de vez o hábito de fumar).
- Tenente Escovinha (Lieutenant Fuzz): trata-se de um oficial caprichoso e imaturo, sempre reclamando que nunca é promovido. Eterno bajulador do General Dureza, constantemente tem chiliques infantis e vive implicando com o jeito grosseirão do Sgto. Tainha.
- Tenente Mironga (Lieutenant Flap): embora não apareça com frequência nas tiras, leva a honra de ser o primeiro personagem negro a ser retratado em quadrinhos norte-americanos, em 1970, sua marca registrada é o eterno cabelo "black power".
- Capitão Durindana (Captain Scabbard): é um sujeito tímido e de raros melindres, sempre disposto a ouvir as reclamações dos subordinados, em especial do Zero e de outros soldados rasos.
- General Dureza (General Amos Halftrack): é a inépcia em pessoa. Pensa mais no golfe que na administração do quartel. Como se não bastasse, tem problemas de alcoolismo (toma muitos Martinis) e obedece cegamente à mulher, Martha. Vive com esperenças de receber uma carta do Pentágono, que sequer lembra-se da existência deste quartel.
- Martha (Martha Halftrack): esposa megera do General Dureza.
- Major Batalha ou Peroba (Major Greenbrass): companheiro inseparável do General Dureza no golfe e no Clube dos Oficiais, onde ambos batem ponto após o expediente para beber.
- Srta. (ou Dona) Tetê (Miss Buxley): é a sugestiva secretária do General Dureza, sempre representada com um vestido preto. É o objeto de desejo de soldados e oficiais dentro do quartel, mas também é a típica "loura burra", bem menos competente que sua colega Blips.
- Soldado Blips (Miss Blips): é a competente secretária militar do General Dureza, sempre desprezada por não ter os atributos físicos de Srta. Tetê.
- Júlio (Julius): chofer gordinho do General Dureza, conhecido como o "queridinho da mamãe".
- Capelão (Chaplain Staneglass): sempre com um bom conselho aos militares.
- Cabo Ky (Corporal Yo): introduzido em 1990, é o primeiro oriental desta tirinha.
- Dr. Esculápio: médico do quartel, meio amalucado.
- Dr. Bonkus: o psicólogo do quartel.
- Sargento Louise Lorota (Sgt. Louise Lugg): introduzida na tirinha em 1986, ela quer ser a namorada do Sargento Tainha.
- Bella: a gata angorá de estimação da Louise.
- Bunny: a namorada do Zero, raramente vista na tirinha.
- O especialista em informática Chip Gizmo, que foi introduzido na tirinha em 2002, através de um concurso veiculado na mídia impressa norte-americana, que foi patrocinado pela Dell Computer Corp.
- Sr. e Sra. Bailey (Mr. and Mrs. Bailey): os pais do Zero.
- Chiquinho (Chigger): o irmão caçula do Zero.

Curiosidade:

Nos anos 70, havia uma revista concorrente, chamada "Recruta Biruta" (Sad Sack), publicada então pela Editora Abril.


Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mort_Walker
http://pt.wikipedia.org/wiki/Recruta_Zero
http://www.criticaliteraria.com/8525415448

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