quarta-feira, 13 de maio de 2009

Pele de alma...


“... Muitas e muitas vezes perdemos a sensação de estarmos inteiras dentro de nossa própria pela em decorrência dos fatos já mencionados bem como de longos períodos de coação. Quem trabalha com grande esforço sem descanso também corre esse risco. A pele da alma desaparece quando não prestamos atenção ao que realmente estamos fazendo e, especialmente, ao custo disso para nós.


Perdemos a pele da alma quando ficamos muito envolvidas com o ego, quando nos tornamos por demais exigentes, perfeccionistas¹, quando nos martirizamos desnecessariamente, somos dominadas por uma ambição cega ou quando nos sentimos insatisfeitas – com o próprio self², com a família, a comunidade, a cultura, o mundo – e não fazemos nem dizemos nada a respeito disso, também quando fingimos ser uma fonte ilimitada para os outros quando não fazemos o possível para nos ajudar.


Ora, existem tantos modos para se perder a pele da alma quantas são as mulheres no mundo...


... Crie o tempo suficiente para “vestir o sutiã de lata³”. Pare de ser mãezona do mundo. Dedique-se à tarefa de voltar para casa."



Com relação a este trecho do livro e alguns termos utilizados por Clarissa Pinkola, no final do próprio livro ela escreve as seguintes explicações (notas):


¹ - Existe um perfeccionismo negativo e um perfeccionismo positivo. O negativo frequentemente gira em torno do medo de ser considerada incapaz. O positivo é mais parecido com a atitude de se esforçar ao máximo, de ficar com algo produtivo para aprender a fazer bem.


² - Self: Linguagem psicanalítica – sentimento difuso da personalidade (suas atitudes e predisposições / comportamento), ou ainda, indivíduo, tal como se revela e se conhece, representado em sua própria consciência.


³ - “Vestir o sutiã de lata” – é uma expressão do repertório de Yancey Ellis Stockwell, uma terapeuta vibrante e excelente contadora de histórias. Ela trabalha no Colorado, mas tem suas origens no leste do Texas, e isso já diz tudo.


Finalizo então, com o seguinte pensamento: "Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome." (Clarice Lispector - Perto do Coração Selvagem)

Silvia Elena


Fonte de Pesquisa:

Clarissa Pinkola Estes – Mulheres que Correm com os Lobos (Mitos e histórias do arquétipo da mulher selvagem), 1992 – Ed. Rocco (Tradução de: Women who run with the wolves).


2 comentários:

  1. "Crie o tempo suficiente para “vestir o sutiã de lata³”. Pare de ser mãezona do mundo. Dedique-se à tarefa de voltar para casa."

    Até uma terapeuta pode passar por fases assim, onde se esquece da sua pele e deve procurar o caminho de volta ao lar!"

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  2. Nossa Gi, só agora vi o seu comentário... pois é tudo tem mesmo seu momento certo!

    É, minha querida Gi... tem sido muito difícil encontrar este caminho, mas de uma coisa eu tenho certeza... Está difícil, mas não impossível. "Ainda chegarei lá, em breve!"
    Bjo e obrigada por tudo!

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